Workin’ Moms, 2017–2020
Não sei porque a tradução brasileira é “Super Mães”, sendo que a todo momento a série de comédia dramática dirigida pela maravilhosa Catherine Reitman mostra que mulheres não devem ser super mães e não devem ser super nada porque isso é violência.
Particularmente essa série é cheia de drama, mas eu fiquei tão tensa vendo-a que não consegui derramar uma lágrima, não dava tempo, talvez isso seja a vida de uma mãe; correria.
A série tenta mostrar a todo momento que o mundo não para só porque você é mãe, mesmo que o mundo te cobre isso e te abandone na hora da fecundação. Isso me lembra uma frase que li em algum livro sobre feminismo “o ocidente não aceita dualidades nas mulheres”. Verdade, você não pode ser uma super profissional E ser uma mãe. Você não pode ser uma estudante E ser uma boa companhia. Você pode ser uma só, por isso a ideia de mistificar as mulheres como deusas também, ONI-alguma-coisa. Essa série me assustou em vários momentos, é difícil. O mundo entende a ideia da mulher-mãe como mais pública ainda, todo mundo pode ter opinião menos quem é a mãe, justamente porque ela é a mãe?!
Me deixou com várias dúvidas; claro, não sou mãe. Mas ainda sou mulher e isso é a base pra se assustar com a série.
Mas as certezas são as mesmas: ter filhos sempre é mais pesado para as mães, os pais conseguem se sair bem porque o mundo não cobra tanto deles e quando eles fazem 1% do que uma mãe faz em um dia, eles recebem aplausos e se acham super-pais, pera lá, bonitão.
Ser mãe deve ser uma escolha sim. Uma escolha muito verdadeira, sabendo que durante o processo você pode sentir que fez a escolha errada várias vezes e tudo bem. Mãe não é um ser iluminado, perfeita, super compreensiva, amável, acolhedora sempre, super romântica, super atenciosa, incansável, mães são ainda mulheres, mulheres que são ainda humanas.
Um abraço para as mamães daqui e para aquelas que estão grávidas. Forças pra vocês e cuidem-se sempre.